Interpretar é a minha grande paixão.
Talvez um dia eu até diga que sou boa nisso, mas por enquanto só digo que gosto e me empenho.
Pessoas, textos, musicas, situações, filmes, expressões, mensagens, tudo pode e deve ser interpretado. Mas o mais legal é que possivelmente, num grupo de 10 pessoas, cada um entenda uma mensagem de a forma diferente. E, pra mim, essa é a graça da brincadeira.
A forma como você interpreta algo depende muito do seu momento de vida, das suas emoções e seus sentimentos. E isso fica gravado em nós, edita e transforma quem somos.
Quem me conhece sabe o quanto gosto das princesas Disney. Amo as histórias, as imagens, os detalhes, as musicas 😍😍
Um filme que ficou muito famoso e eu não gostei no princípio foi Frozen.
Eu via na princesa Elsa uma irmã má e egoísta, mas nunca tinha assistido com atenção.
Hoje, no meu mundo (paralelo) de mãe de criança especial, vejo a princesinha com outros olhos.
Quantas e quantas crianças especiais ao serem "descobertas" pelas suas famílias não causam medo? Pânico, até!
Quantas delas são trancadas em quartos, ou dentro de casa, e privadas do convívio social, de passeios, festas e até mesmo de sua família?
É o medo.
Ela era diferente.
Como um rei e uma rainha explicariam algo assim? Seria um defeito genético que tornaria o sangue da família menos nobre? Menos real?
E aquela criança? Assustada com suas diferenças, como aprende a lidar com a vida, quando não vê vida? Como aprende a lidar com seus poderes, suas diferenças, quando é proibida de ser quem realmente é?
"Encobrir, não sentir, não deixar saber"
Ela foi privada de sua Irmã, sua melhor amiga. Foi privada de correr, brincar, ver pessoas e ser vista. Não aprendeu a amar e a ser amada, a responder a um carinho, a lidar com pessoas e suas reações. Passou sua vida com medo e vergonha, escondida e isolada, até que um dia teve uma crise em público e não pôde mais se esconder. Quando foi descoberta, obviamente não soube lidar com a situação e foi atropelada por um caminhão desgovernado de emoções.
Enfim, sozinha, aprendeu a lidar com ela mesma, com suas forças e limitações, a se entender, se aceitar, mas só aprendeu a controlar seus poderes quando realmente foi amada e aceita pela irmã, aquela a quem foi obrigada a afastar um dia.
Quantas crianças especiais viveram ou ainda vivem histórias assim, só que sem um lindo vestido azul e sem poder congelar ninguém? ❄️❤️
O que nós aprendemos com o Arthur, com a Síndrome de Cri Du Chat e com a deficiência e queremos dividir com o mundo.
terça-feira, 6 de março de 2018
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