Não há cura para o que não é doença.
Uma alteração cromossômica não é uma doença.
Ok, tem CID, mas não tem remédio.
Ok, tem CID, mas não tem remédio.
Ele não vai curar!
Graças a Deus, saúde por aqui temos de sobra.
O que ele tem são limitações, como qualquer um tem.
O que ele tem são características que o tornam único, mesmo
no seu meio de iguais.
Ele é só mais uma criança, só mais uma pessoa, diferente e
individual.
Ele vai ser sempre assim!
Magrelo, miúdo, atrapalhado, desafinado, desajeitado,
engraçado e carinhoso.
Mesmo com muito trabalho e muita evolução, ele sempre vai
ter um atraso motor e cognitivo.
E sempre será esse pirralho, pestinha, pentelho e
amado que já é hoje.
Uma vez, uma pessoa muito especial em um momento de muita
dor na minha vida, me deu uma lição que nunca será esquecida.
Um fisioterapeuta com asas invisíveis de anjo, que o olhava
com amor e o chamava de “meu galego” me disse:
“Não cobre dele mais do que ele consegue te dar.
Ele está fazendo o máximo que ele pode.”
E é isso que eu peço para o mundo.
É isso que eu peço para as famílias e os amigos de crianças
especiais.
Não cobre dele mais do que ele pode te dar.
Seja feliz com o que ele tem pra você hoje.
Com cada sorriso, cada gargalhada, cada conquista que para
nós é uma festa, mas para muito é pouco, é bobagem.
Ignorar as dificuldades e limitações de uma criança especial
é discriminação.
Esperar que a ela seja diferente do que ela realmente é, se
torne diferente, atinja objetivos que não cabem a ela, é preconceito.
Esperar a cura e a compará-la com primos, irmão, amigos,
achando que ela vai “alcança-los” um dia, é intolerância.
Colocar expectativas irreais e se decepcionar quando não
forem atingidas é triste e desumano.
Grande parte da luta de pais de crianças especiais é a
aceitação.
Aceita-los como eles são, com suas diferenças, limitações e
dificuldades.
Olhar dentro de seus olhos e amar tudo o que eles são e tudo
o que eles não serão.
Quando vemos pessoas tão próximas esperando ou pedindo pela
cura, vemos que eles realmente nunca foram aceitos.
Eles podem muito e a gente sabe disso.
Mas ele nunca vai ser normal.
Nunca vai aparentar, agir, desenvolver ou se comportar uma
criança típica.
Aceitar isso é aceitar o Arthur.
Eu aceito!